Como diminuo os impactos da quarentena em minha empresa?

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Impactos da quarentena no mercado: como as empresas se manterão de pé em meio ao caos

Ainda que haja a intenção dos líderes mundiais de não estagnar a economia durante a quarentena, todos os órgãos sanitários defendem a continuidade do isolamento da população. 

Com os casos reportados e número de mortes aumentando diariamente, juntamente com o exemplo dos outros países com grave contaminação, sabemos que essa quarentena não acabará tão cedo. 

Gerenciar esta crise não é para todos. Estudos mostram que o mercado brasileiro é composto por em 96,3% empresas de pequeno e médio porte, justamente as que mais têm dificuldade para se manter vivas com as portas fechadas. 

O estudo realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), também revela que elas são responsáveis por 53,5% dos empregos. 

Já as micro e pequenas empresas correspondem a 27,1% do faturamento do comércio. 

Outro levantamento feito pela Marsh mostra que o Gerenciamento de Crise fica em segundo plano quando falamos em administração no Brasil, apenas 45% das empresas possuem uma estratégia de Análise de Risco

Isso significa que temos uma maioria de empresas que simplesmente não têm como lidar com a crise que avistamos à frente. 

Se não por falta de uma reserva de emergência, por falta de um planejamento adequado para enfrentar um momento como este, que é comparado por muitos especialistas como cenário de Guerra. 

O contexto é quase este. Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), manifestou o interesse em propor ao governo um orçamento de guerra para conter os efeitos do novo coronavírus

Aonde tudo isso vai parar? 

O futuro ainda é incerto. Comércios fechados, quarentena sem prazo determinado, pessoas orientadas a ficar em casa, hospitais cada vez mais cheios, remédios evaporando das prateleiras das farmácias e milhares de mortos em todo o mundo. 

Até o fechamento desta matéria, os dados oficiais apontavam cerca de 3.500 brasileiros infectados, e 93 óbitos. O número de mortes no mundo ultrapassa 20 mil. 

O caos começa a se instalar nas casas dos brasileiros com os noticiários que passam as trágicas notícias o dia todo.  

O trabalho informal, predominante no Brasil entre a população mais pobre, sofre com a falta de renda e famílias começam a passar necessidades básicas como falta do que comer em casa. 

A baixa renda causa o aumento da violência urbana, começam os saques de lojas e os índices de roubo disparam. 

Este cenário ainda não é realidade, mas pode se tornar muito em breve. Sua empresa está preparada para lidar com isso? 

Como diminuo os impactos da quarentena em minha empresa? 

As situações descritas acima retratam um possível futuro bem próximo à realidade, e as empresas já começaram a colocar seus Planos de Contingência em ação. 

Especialistas procuram um meio termo que proteja a saúde da população, mas que não paralise completamente a economia, o que também seria catastrófico em âmbito social.

O presidente do Banco Modal, Eduardo Centola, em entrevista ao Estadão, afirma que o Brasil não tem a mesma estrutura dos países que puderam controlar a crise econômica causada pelo novo coronavírus. 

Segundo ele, os bancos não conseguem prover a assistência necessária para as pequenas e médias empresas, como a China fez, por exemplo, numa espécie de Plano Marshall.  

O especialista afirma que se a quarentena se estender por mais duas ou três semanas, haverá muitas demissões e o índice de pobreza baterá recordes no país. 

Caso sua empresa ainda não o possua uma reserva para emergências, ainda há tempo de levantar os dados e traçar a melhor estratégia de sobrevivência com um Gerenciamento de Crise adequado. 

Continuidade de Negócio estratégica em meio a esta pandemia tem como objetivo minimizar os impactos que vão acontecer inevitavelmente em todo o mercado brasileiro. 

Lembrando que o plano precisa estar em constante revisão, em consequência das constantes mudanças de cenário.  

Todos os dias recebemos novas informações a respeito da pandemia e esses dados influenciam diretamente na economia e na dinâmica com que os governos vêm lidando com a situação. 

O aspecto econômico é um dos mais relevantes para os empresários brasileiros neste momento 

As medidas econômicas discutidas e apresentadas pelas principais lideranças mundiais estão lidando com duas questões importantes – dar suporte para as empresas e ao mesmo tempo garantir uma renda mínima para o cidadão.

Em um país como o Brasil, com uma população carente, um dos riscos da perda da renda é, por exemplo, o aumento da violência urbana.

O mais adequado neste momento é a contenção de gastos através de um melhor planejamento. Para empresas que não possuem uma reserva de emergência, a situação se agrava à medida que a quarentena precisar ser cada vez mais estendida. 

A saída é usar a criatividade e apostar em formatos digitais, como e-commerce e redes sociais para manter-se ativo no mercado. Muitas empresas estão apostando no delivery como opção de sobrevivência, não apenas no ramo alimentício. 

O que posso fazer para reduzir os prejuízos financeiros durante a pandemia?  

Um relatório sobre Continuidade de Negócios publicado pela empresa Gartner orienta sobre algumas medidas que podem minimizar os impactos financeiros causados pela pandemia do novo coronavírus. São elas: 

  • Revise as previsões de receita – vendas perdidas, produção perdida, inesperado despesas e implicações cambiais 
  • Comunique-se com os investidores sobre quaisquer mudanças nas diretrizes de ganhos 
  • Determine e relate se haverá atraso nos pagamentos 
  • Aumente, se possível, a reserva de emergência e monitore o dinheiro disponível 
  • Monitore o capital de giro 
  • Revise a cobertura de seguro corporativo para condições em franquias, pagamentos etc., por exemplo, seguro de interrupção de negócios, P&C, etc.  
  • Considere o uso de alívio financeiro patrocinado pelo governo ou empréstimos bancários para cobrir a perda de receita e apoiar o fluxo de caixa 

Essas são apenas algumas sugestões para controlar o caixa das empresas que será duramente afetado pela recessão econômica que virá nos próximos meses.  

Neste momento, governos do mundo inteiro priorizam a vida dos cidadãos com planos de mitigação (que isola apenas casos suspeitos e grupos de risco) e de supressão (onde toda a circulação de pessoas é paralisada, incluindo as atividades comerciais). 

Numa primeira fase, o Brasil adotou a supressão como método, afim de frear a contaminação. 

Com o passar das semanas, será necessário rever essas medidas, principalmente com o enfraquecimento da economia e a possibilidade de um colapso social desencadeado pelo desemprego.  

Aguardemos as próximas notícias. 

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