Prevenção de perdas no varejo

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Processos de Prevenção de Perdas para reduzir impacto de receita no varejo

Todo o varejo opera sob uma condição adversa inevitável, as perdas.

Normalmente, quando o assunto é colocado em pauta por pequenos e médios empreendedores, o foco se direciona nos furtos. No entanto, existe uma série de ocorrências que podem ser classificadas desta forma. Por isso, é inevitável para o varejista e qualquer outro empresário estar ciente da importância de um plano para prevenção de perdas.

Apesar de passarem despercebidas em muitas empresas, as perdas são implacáveis e, de uma forma ou outra, acontecerão. De acordo com uma pesquisa realizada pela Abrappe (Associação Brasileira de Prevenção de Perdas), as perdas representaram em média 1,38% do faturamento de empresas varejistas, aproximadamente R$ 21,46 bilhões de reais.

O que pode ser feito para amenizar o impacto das perdas? Como as tecnologias podem auxiliar?

O que é prevenção de perdas e quais principais causas?

O conjunto de processos e estratégias com o intuito de combater, prevenir e reduzir as perdas sofridas por um empreendimento é denominado como Prevenção de Perdas. As ações deste conjunto são tomadas por meio de processos direcionados para combater os desperdícios, fraudes e furtos, sejam internos ou externos.

De uma maneira bem resumida, Prevenção de Perdas é o segmento responsável por desenvolver, implementar e controlar todas as ações e processos destinados a evitar as perdas, reduzindo seus impactos negativos e potencializando as margens de lucro da empresa.

As principais perdas no varejo têm sua origem por meio de quebras operacionais, furtos externos, erros de inventário, furtos internos e erros administrativos. Segundo a pesquisa da Abrappe, as quebras operacionais lideram o índice de perdas, representando 36% do total delas, seguidas pelos furtos internos (20%) e erros de inventário (13%).

O que é preciso para elaborar uma estratégia de prevenção de perdas eficiente?

Para lidar com todos esses fatores adversos e reduzir o impacto monstruoso na margem líquida, é preciso que os setores responsáveis pela prevenção de perdas contemplem uma série de características para operar com eficiência.

De acordo com Carlos Eduardo Santos, Presidente da Abrappe, o ideal é que cada empresa tenha metodologia para poder identificar quais são suas principais causas de perdas para poder tratá-las de maneira realista.

“Tudo começa pelo reconhecimento das perdas, não dá para se pensar em implementar uma boa prática de prevenção se você não conhece quais são suas perdas e você não consegue efetivamente medir os impactos que isso irá gerar”, afirma do Presidente da Abrappe.

Após o reconhecimento das perdas, a definição dos indicadores que serão utilizados para mensurá-las e uma boa gestão do estoque, com planejamento e controle de entrada e saída bem estabelecidos, começa a fazer sentido implementar o plano de prevenção de perdas.

As frentes de implementação do plano de prevenção de perdas

A implementação deste plano preventivo possui algumas frentes, como:

  • Processos – formalização de boas práticas
  • Recursos Humanos – inserção da pessoa na empresa com conhecimento da cultura utilizada pela companhia, treinamento e capacitação
  • Tecnologia – implantação de sistemas físicos e lógicos

“Tudo depende de um certo equilíbrio, é preciso ter um plano preventivo que defina suas metas de recuperação desta perda nos próximos 3 anos, ações de curto médio e longo prazo para então definir quais irão gerar os ganhos rápidos”, comenta Santos.


Tecnologias utilizadas na prevenção de perdas

As principais tecnologias disponíveis para realizar a prevenção de perdas são:

  • E.A.S. (Termo em inglês para os dispositivos usados na vigilância eletrônica de mercadorias) – tecnologia composta por sistemas de detecção nas entradas do estabelecimento e etiquetas de segurança nos produtos
  • CFTV
  • Sistemas de controle de acesso
  • Sistemas de alarmes de inclusão, principalmente eficazes quando as lojas estão fechadas para evidenciar invasões
  • Sistemas de detecção de incêndio
  • Cadeado eletrônico – utilizado para proteger celulares, computadores, tablets e outros eletrônicos de alto valor

Agora, com o surto da Covid-19 e a longa lista de regras operacionais impostas pelos governos municipais, estaduais e federal para o funcionamento do varejo na retomada gradual das atividades, essas mesmas tecnologias tiveram que ser adaptadas.

Câmeras que anteriormente eram usadas para detectar furtos, quebras e outros sinistros, agora são usadas para detectar o uso de máscara, o distanciamento seguro e, em alguns casos, até a temperatura dos consumidores. Controles de acesso sem contato, que antes estavam ofuscados pelo grande sucesso da biometria, agora se tornaram necessidade básica para certas organizações.

A tecnologia ainda é a mesma, entretanto, o mindset para seu uso foi modificado. Diante da pandemia, aplicações e a necessidade de alguns recursos específicos para este período foram modificadas e, muito provavelmente, continuarão a serem utilizadas no futuro com tais configurações e aplicações.

Quais pontos devem ser levados em conta pelo varejista que pretende implementar essas tecnologias?

Augusto Pereira, Diretor de Operações da Sensomatic Solutions no Brasil, afirma que essas tecnologias são incorporadas para efetivar o planejamento, mensuração e controle das perdas, com papel de inibição, impedimento e redução máxima das possíveis perdas.

Pereira comenta que o varejista que ainda não conta com muita estrutura tecnológica, que está começando a entender a importância de introduzir tecnologia para prevenção de perda e pretende implementá-los, inicialmente precisa ter muita clareza sobre suas obrigações a serem cumpridas perante as legislações municipais, estaduais e federal.

Em seguida, é preciso encontrar empresas com alta confiabilidade, fortes no mercado, que possam auxiliar a adoção das tecnologias. “Não é simplesmente partir para qualquer lugar, comprar qualquer produto, a qualquer custo e de qualquer jeito”, afirma Pereira.

O diretor  da Sensomatic Solutions pontua que o terceiro passo é o varejista realmente entender que as tecnologias utilizadas serão para colaborar com os processos e diminuir suas dificuldades. Além disso, é preciso rever os processos, estar aberto para realizar essa revisão de maneira racional, se adequar à nova realidade e compreender como a tecnologia irá trazer benefícios e quais são eles.

“A gente pensa muito na tecnologia, realmente ajudando o varejista, para facilitar seu dia a dia, entregar mais informação de qualidade para tomada de decisões, ter mais visibilidade do que realmente acontece no seu ambiente. São ferramentas muito poderosas no auxílio de processos, aumentar os negócios e reduzir suas perdas e prejuízos”, conclui Pereira.

A Prevenção de Perdas é um trabalho essencial para garantir a continuidade de negócios no varejo.


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