Compras de fim de ano – os novos protocolos de segurança nos shoppings

Com a pandemia da Covid-19, os shoppings sofreram fortes prejuízos financeiros, com perda estimada de aproximadamente 35 bilhões de reais em todo o país, como afirma Nabil Sahyoun, representante da Alshop – Associação Brasileira de Lojistas de Shopping.

Mesmo após a flexibilização, as datas comemorativas como Dia dos Pais e Dia das Crianças foram bem desafiadoras para os lojistas, e apresentaram vendas consideravelmente inferiores aos números pré-pandemia, como nos aponta o representante da Alshop.

Por sua vez, sabemos que os Shopping Center se tornaram, hoje em dia, grandes complexos de conveniência, convivência e lazer. É um lugar espaçoso, onde as pessoas se sentem à vontade não somente para fazer compras, mas também para visitar, passear, assistir um filme ou fazer uma refeição diferenciada. Por esse motivo, é com grande preocupação e cautela que todos os órgãos responsáveis por manter o funcionamento desses estabelecimentos estão trabalhando para garantir a segurança de todos.

Com a Black Friday e o Natal se aproximando, surge a preocupação dos lojistas: como se preparar para a recuperação de vendas nessa reta final, frente à pandemia?

Foi pensando nisso que a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), em parceria com instituições de referência em saúde no Brasil, produziu rígidos protocolos de funcionamento para os shopping centers neste fim de ano, com o intuito de continuar preservando a saúde e a segurança de todos os colaboradores, lojistas e clientes, tendo em vista a tendência ao alto fluxo de pessoas nesse período.

Reabertura dos shoppings: orientações gerais 

Além de todos esses decretos gerais que devem ser respeitados, os shopping centers receberam também algumas orientações específicas para o funcionamento no Natal. A Abrasce, juntamente com o apoio da área de consultoria do Hospital Sírio-Libanês, lançou um protocolo com medidas específicas relacionadas a esta época do ano. Assim, muitos shopping centers do país podem não ter o Papai Noel como atração principal neste Natal.

Veja algumas das orientações para o funcionamento dos shopping centers nesse fim de ano:

1.     Priorizar a decoração contemplativa, enfeites aéreos, com atividades e materiais de fácil higienização, evitando espaços e atividades que promovam interações e contato.

2.     As atrações infantis, como trenzinhos e outros brinquedos, devem ser desinfetadas, obrigatoriamente, após o uso de cada cliente, respeitando o distanciamento e o limite de pessoas.

3.    Não é recomendado o uso de piscina de bolinhas ou espuma, bem como, escorredores, ou qualquer tipo de brinquedo que possa gerar contato ou aglomeração.

4.    Devem ser evitadas apresentações musicais ou atividades na decoração que gerem aglomeração (ex: shows, espetáculos, corais, apresentações de dança).

5.    Devem priorizar as atrações em plataforma digital ou que respeitem ao máximo o distanciamento entre as pessoas.

6.    Não recomenda-se a existência do trono tradicional do Papai Noel e os Noeletes, devido o contato direto com o público. Em caso de haver Noel, recomenda-se a substituição do ator tradicional por ator fora do grupo de risco, bem como, o uso de uma barreira física para isolar os atores e clientes.

Shoppings realizam mais investimentos 

Em entrevista, Glauco Humai, presidente da Abrasce, afirma que todos os Shopping Centers estão aumentando cada vez mais o investimento no treinamento dos seus colaboradores, buscando uma qualificação pessoal e profissional de forma inovadora. Inclusive, recorrendo a novas tecnologias de controle de acesso. O ‘novo normal’ fez com que as necessidades dos clientes se transformassem, e isso, por sua vez, fez emergir um novo tipo de comércio.

“Se agora estamos entrando no ‘novo normal’, podemos dizer que os shoppings já são adeptos do chamado ‘novo varejo’, com a robotização e a automação, ganhando cada vez mais espaço nos shoppings, seja com autoatendimento para pagar o estacionamento, drone para ajudar na segurança ou atendimento ao cliente via chat bot”, acrescenta Glauco Humai.

Desde a reabertura, os empreendimentos também tiveram que investir em equipamentos tecnológicos para monitoramento, controle de pessoas, e ampliaram de forma significativa os serviços automatizados, como é o caso dos tickets de estacionamentos que passaram a ser liberados por meio de um sensor de aproximação, sem que o cliente precise apertar o botão da máquina emissora.

“Antes, os shoppings controlavam o acesso de visitantes priorizando a tecnologia wi-fi, no entanto, reforçaram o controle de fluxo também com aparelhos nas entradas dos empreendimentos para que os colaboradores da equipe de segurança tivessem acesso imediato à contagem de consumidores”, explica Glauco.

Medidas de protocolo geral adotadas por todo o país:

  1. Uso obrigatório de máscara;
  2. Horário de funcionamento reduzido, podendo variar de cidade para cidade;
  3. Controle da quantidade de pessoas no local para evitar um fluxo muito intenso;
  4. Aferição de temperatura sem encostar no cliente;
  5. Sinalização com placas e indicativos no chão para manter o distanciamento social (válido para restaurantes, filas dos caixas, etc);
  6. Disponibilizar álcool gel por todos os estabelecimentos;
  7. Treinamento da equipe de funcionários de todas as áreas (segurança, vendas, tecnologia, limpeza, etc) para assegurar que as medidas sejam rigorosamente seguidas;
  8. Fornecer equipamentos de proteção como álcool e máscaras aos funcionários dos shoppings e incentivar os lojistas a fazerem o mesmo com os seus colaboradores;
  9. Incentivo do uso de máquinas de cartão por aproximação ou aplicativos;
  10. Recomendação geral para o fechamento de provadores em lojas, ficando a critério de cada administrador e podendo abrir desde que mantenha o distanciamento e o uso de cabines intercaladas;
  11. Higienização constante das áreas comuns – como é o caso dos corrimãos, banheiros, praça de alimentação, etc – com produtos químicos adequados.

Vimos, portanto, que o natal deste ano vai ser bem diferente comparado aos últimos e isso, certamente, exigirá um maior esforço criativo das pessoas. Não somente dos administradores e colaboradores de shopping centers, mas também das famílias que se deparam com a necessidade de reinventar esse momento tão importante que é o Natal.

Sobretudo, serão as crianças que sofrerão o maior impacto, com a possível ausência da figura do Papai Noel, e a saída para esse impasse continua sendo apostar na imaginação, para que a segurança de todos seja preservada. 

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