Crise na Avianca Brasil

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Estudo de caso: fechamento de operação e voos cancelados – entenda a crise da Avianca

Desde 2019 a empresa Avianca passa por uma grave crise desencadeada pela falta de pagamento das tarifas aeroportuárias.  

Com mais de 1.300 voos cancelados, além das dívidas, a companhia sofreu uma inestimável perda para sua imagem. 

A falta de credibilidade gerou insegurança aos clientes, que ficaram receosos de comprar novas passagens e terem suas viagens canceladas. 

Os principais aeroportos do país também foram afetados pelos cancelamentos, gerando alvoroço e superlotação de voos em outras companhias, além do aumento no valor das passagens. 

Segundo um estudo da Voopter, empresa que compara preços de passagens aéreas, houve um reajuste de 140% no preço das passagens devido à redução do número de voos nos aeroportos, decorrente da crise da Avianca. 

O terminal de Guarulhos foi o mais prejudicado com isso, com inúmeros bilhetes anulados e clientes insatisfeitos. 

Além das dívidas com os aeroportos, a Avianca teve que devolver mais de 50 aeronaves às suas concessionárias e foi impedida pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) de vender novos bilhetes depois disso. 

O número de voos despencou em menos de um ano. Em 2018, a Avianca operava com 238 partidas diariamente, fechou 2019 com apenas 37. 

Em janeiro a empresa também já havia anunciado o cancelamento da operação em voos internacionais para o Santiago (Chile), Nova Iorque e Miami (EUA). 

Plano de contingência falha após impedimento de leilão por credora 

A Avianca é quarta maior empresa de aviação do país e sua dívida atualmente está estimada em mais de 500 milhões de reais. 

A sua operação no Brasil é distinta da Avianca Holdings, ainda que controladas pelo mesmo grupo, o Synergy Group, e estejam na mesma aliança global, a Star Alliance. 

Desde dezembro de 2018, a empresa já havia entrado com pedido de recuperação judicial com o objetivo de impedir a paralisação de suas atividades.  

Plano de Contingência foi através da recuperação judicial com a divisão de ativos da companhia em leilão. 

Grandes empresas de aviação do país como a Gol, Latam e Azul se dispuseram a comprar mais de 600 milhões de reais em ativos. 

Entretanto, o evento foi barrado pela justiça a pedido da Swissport Brasil, empresa de logística de aeroportos.  

Sem previsão de um novo leilão, a empresa permanece contraindo dívidas. 

Companhia aérea tem Gerenciamento de Crise indefinido 

O cenário calamitoso da Avianca levou uma enorme perda de credibilidade perante os clientes e o Gerenciamento de Crise ainda não sustenta a imagem da empresa neste sentido. 

Ainda que seu encolhimento tenha sido predominantemente no Brasil, seus efeitos já afetam a operação no país de origem, a Colômbia. 

O grande motivo é o receio dos clientes em comprar bilhetes para novas viagens, o que não ajuda a interromper a crise financeira da companhia aérea. 

A empresa alega ter entrado em contato com todos os passageiros afetados pelos cancelamentos oferecendo remarcação ou reembolso. 

Porém se as passagens fossem compradas por sites ou agências, os clientes deveriam tratar diretamente com a loja que as vendeu. 

Para estancar a sangria, a Avianca Holdings, companhia colombiana, está montando uma equipe no Brasil. 

As vendas eram operadas pela Avianca Brasil, mas com o enxugamento da empresa e o atraso de salários, a companhia precisou tomar esta medida para manter sua atividade em solo brasileiro. 

Entretanto, essas ações não parecem suficientes para reerguer a imagem da Avianca e retomar a confiança dos passageiros.  

No mais, ainda não vimos um posicionamento estratégico da empresa em relação a isso. A prioridade no momento ainda parece estar em quitação de dívidas e manter a operação em pé.  

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